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Observatório Antropológico da UFPB é selecionado por agência francesa para combate à Covid-19

Projeto é um dos oito do continente americano que serão financiamentos pela organização

publicado: 28/05/2020 08h41, última modificação: 28/05/2020 08h41

Observatório Antropológico de Covid-19 do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi um dos oito projetos da América selecionados pela Agence Universitaire de la Francophonie (AUF) para receber fundo de apoio financeiro.

O financiamento, no valor de um milhão de euros, será dividido entre 92 projetos de 44 países – o que dá aproximadamente R$50 mil para cada. No Brasil, além da iniciativa da UFPB, apenas os projetos FavelaPrev-Covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Ecopet Amazonie da Universidade Federal do Pará (UFPA) foram contemplados.

O objetivo do Observatório Antropológico da UFPB é mapear e fortalecer ações de auxílio a comunidades com problemas sociais intensificados pela pandemia de Covid-19. A atuação é realizada por meio de uma equipe que registra as demandas e busca o acompanhamento de respostas para elas.

De acordo com a professora Patrícia Pinheiro, uma das coordenadoras do projeto, o grupo busca o fortalecimento de direitos dos povos e comunidades etnicamente diferenciados e das populações em situação de vulnerabilidade social, a exemplo dos indígenas, quilombolas, ciganos e pessoas que vivem nas periferias urbanas da Paraíba.

A pesquisadora reforça que, ao longo da história brasileira, essas populações viveram e vivem “à margem do Estado, com regimes de trabalho precarizados, sem o suporte de políticas sociais efetivas, carecendo também de sistema de saneamento básico e de moradia”.

 Para Patrícia, nesse contexto, a equipe recebeu com alívio a notícia da aprovação da solicitação junto à agência francesa.

“Diante da propagação da Covid-19 na Paraíba e dos problemas sociais, o Observatório buscou financiamento junto à AUF para a compra de materiais preventivos, como máscaras reutilizáveis, água sanitária, sabão e álcool gel. Vamos realizar a distribuição entre os grupos que estamos acompanhando, a exemplo dos indígenas, quilombolas, ciganos e pessoas nas periferias urbanas”, conta a pesquisadora da UFPB.

Pinheiro ressalta que a confecção das máscaras de proteção individual será feita por costureiras artesanais e microempresas para contribuir com a renda local. Além do combate aos efeitos da pandemia, segundo Patrícia, o Observatório Antropológico da UFPB busca fomentar a percepção de diversidade e pluralismo sociais e estimular o combate à estigmatização e desigualdade no Brasil.

“Esperamos fornecer materiais preventivos e de proteção para os grupos atendidos no projeto. Buscamos priorizar as parcerias locais e com outros setores da universidade, de modo a garantir a saúde das populações que não têm recursos para comprar esses materiais”, acentua a pesquisadora da UFPB.

Atualmente, o projeto conta com cerca de 40 participantes voluntários. São professores, profissionais e estudantes que atuam na prestação de assessoria. Dentre as parcerias, há a Organização Não Governamental (ONG) Minha Jampa, que trabalha com pessoas em situação de rua e moradores de subúrbios da Região Metropolitana de João Pessoa; a Comunidade Quilombola de Mituaçu, no Conde; e o projeto de extensão da UFPB “Histórias de Quilombo”. 

Interessados em contribuir com o projeto devem entrar em contato pelo e-mail observantropologia@gmail.com e site do Observatório Antropológico da UFPB.

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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB